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Gritos na parede

Gritos na parede

20.00

Introito: Como surgiu a ideia da publicação e como se desenvolveu.
Como tudo na vida há sempre um antes, uma história prévia. A presente publicação também tem a sua própria história. Esta coleção teve a sua génese em 2000, quando da preparação da exposição de Arqueologia Industrial, comemorativa dos 25 anos da Associação Industrial do Minho, no pavilhão do Campo d’Agonia em Viana do Castelo.

O achamento surpreendente do cartaz – capa desta publicação, datado de 1934 – em parede de oficina de empresa industrial do Alto- Minho (Sociedade La Artística- Valença), seguido da descoberta do resto da coleção (incompleta) exposta em outra empresa “das antigas”, em Braga (Jerónimo – Fundição de Sinos), motivou a procura da origem e das razões da mesma.

Contactos múltiplos e a Internet não revelaram qualquer pista, mas foram, paulatinamente, permitindo novas e interessantes descobertas. Verificando que não havia, entre nós, o bom hábito de guardar estas coisas. A pesquisa das coleções nacionais que se apresentam foi lenta e penosa. Nada encontrei na Internet (nem em instituições afins onde pensava haver repositório…) das três coleções agora expostas:
• Prevenção de Desastres no Trabalho,
lançada em 1934 e repetida nos anos 50;
• Campanha Nacional de Prevenção de
Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais
– 1959/62;
• CP – anos 30.

No entanto, neste pesquisar informático, fui agradavelmente surpreendido por chineses, espanhóis, japoneses, franceses e, principalmente, alemães e holandeses, pois estes últimos (em museus dedicados às humanidades) disponibilizaram ficheiros de muito boa qualidade e dimensão; surgiram ainda situações inesperadas que sugeriram a
inclusão do capítulo final Curiosidades. Memória antiga trouxe-me à lembrança imagens semelhantes às referidas da primeira descoberta, se não iguais, vistas algures em Viana do Castelo. Após esforço de recordar o local do avistamento, soube que tinha sido sede de um antigo sindicato onde reencontrei conjunto de cerca de trinta cartazes, emoldurados e distribuídos por paredes de salas e corredores, como a enevoada memória do sítio indiciara: a maior parte da coleção da Campanha de Prevenção de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais de 1959/62 que integra esta publicação. Após esta descoberta e verificando que não encontro na Internet (o Dr. Google sabe muito de quase tudo), nem nos arquivos tradicionais, vestígios destas duas coleções decido tentar completá-las; ambas estão numeradas, mas nas duas faltando “peças”. A atração por estes cartazes aconteceu principalmente pelo encanto da imagem saída de mão de artista, sem uso de computador que, a partir dos anos 70, em quase tudo interfere. Quinze anos passados descubro que nos arquivos da atual ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho) existem vários cartazes da coleção da campanha de 1959/62 (trazidos a público nas comemorações dos 100 anos da Inspeção do Trabalho em Portugal – 2016), cujo acesso permitiu acrescentar a reprodução de alguns em falta.

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